Cryptosporidium parvum
O
gênero Cryptosporidium engloba
várias espécies, dentre elas o Cryptosporidium
parvum, causador da criptosporidiose, cujo um dos mamíferos hospedeiros é o
homem. O interesse neste protozoário foi despertado inicialmente quando se
constatou sua participação em quadros de diarreia em crianças subnutridas e,
principalmente, quando se verificou sua presença em grande percentual de
pacientes com imunossupressão, como é o caso de pacientes com síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS) (DE SOUZA, 2013).
Surtos
de criptosporidiose têm sido descritos em varias partes do mundo. O maior
ocorreu em Milwaukee, EUA, em 1993, quando 403 mil pessoas apresentaram
sintomas de infecção pelo protozoário. A fonte de contaminação identificada foi
a água proveniente do lago Michigan. (DE SOUZA, 2013).
Biologia
do C. parvum
Do
ponto de vista parasitológico o C. parvum
pertence ao grupo Apicomplexa, com um oocisto ovoide ou esférico, medindo 4 a 5µm
de altura por 3µm de diâmetro, que contém uma pequena protusão como estrutura
de adesão.
Fonte:
cdc.gov/dpdx/cryptosporidiosis
Cada
oocisto contém quatro esporozoítos em seu interior, desprotegidos de qualquer
parede. Cada esporozoíto mede cerca de 6 µm de comprimento .
Fonte: www.waterfilterreview.com
Uma
característica particular de protozoários do gênero Cryptosporidium é o fato de o esporozoíto infectar células
epiteliais do sistema digestório ricas em microvilosidades e de se localizar em
um vacúolo parasitóforo periférico, no nível das microvilosidades (DE SOUZA,
2013).
Ciclo de vida do C. parvum
O ciclo do C. parvum é considerado como monoxeno, inclui uma fase assexuada e outra fase sexuada. Os oocistos esporulados, contendo 4 esporozoítos, são eliminados
nas fezes frescas (e possivelmente por outras vias, como através das secreções
respiratórias). Após
ingestão (ou possível inalação), os esporozoítos são liberados e parasitam as
células epiteliais do trato gastrointestinal (ou outros, como o trato respiratório).
Dentro das células, eles sofrem reprodução assexuada (esquizogonia ou
merogonia) e a seguir reprodução sexuada (gametogonia). Após a fertilização dos macrogametócitos (célula feminina) pelos microgametócitos (célula
masculina) é formado o zigoto, que sofre esporulação dentro do hospedeiro para
formar o oocisto, que é liberado. Como a esporulação ocorre dentro do hospedeiro,
pode ocorrer também, autoinfecção (CDC, 2010).
Transmissão
Ingestão de oocistos através da água ou
alimentos contaminados.
Obs.: O grau de contaminação da água varia de
região para região. Cerca de 30% das fontes de água potável nos EUA estão
contaminadas, contendo 0,001 a 0,72 oocistos por litro. (DE SOUZA, 2013).
Sintomatologia
Os
sintomas da criptosporidiose geralmente começam 2 a 10 dias (média 7 dias) após
a infecção com o parasita. O sintoma mais comum da criptosporidiose é a diarreia
aquosa. Outros sintomas incluem :
·
dor abdominal
·
desidratação
·
náusea
·
vômitos
·
febre
·
perda de peso
Obs.: Grande parte das
pessoas com criptosporidiose é assintomática.
Aspectos clínicos
- Os sintomas geralmente duram cerca de 1 a 2 semanas (com um intervalo de alguns dias) em pessoas com sistemas imunitários saudáveis . Ocasionalmente, as pessoas podem experimentar uma recorrência dos sintomas após um breve período de recuperação antes que a doença termine. Os sintomas podem ir e vir por até 30 dias (CDC, 2010).
- Enquanto o intestino delgado é o local mais comumente afetado, infecções por Cryptosporidium podem afetar outras áreas do trato digestivo ou do trato respiratório. Pessoas com sistema imunológico debilitado podem desenvolver doença grave, crônica, e por vezes fatal (CDC, 2010).
Tratamento
- A nitazoxanida é a droga utilizada para o tratamento da diarreia causada por Cryptosporidium em pessoas com sistema imunológico saudável e deve ser utilizada somente com a devida orientação médica.
Profilaxia
·
Tomar somente água tratada;
·
Lavar e higienizar, frutas e verduras antes
do consumo;
·
Lavar bem as mãos após utilizar o banheiro e
antes das refeições;
·
Lavar as mãos após lidar com animais;
·
Tratar as pessoas doentes;
· Exigir das autoridades competentes as medidas
de saneamento básico, como, água tratada, rede de esgoto e coleta de lixo.
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Referências
DE SOUZA, W., 2013. Protozoologia médica. Rio de Janeiro:
Rubio, 416p.
CDC/ATLANTA/USA. DPDx, 2010 - Division of Parasitic
Diseases – Cryptosporidium Infection. In: http://www.cdc.gov
search: DPDx
DDTHA/CVE/SES-SP, 2002. Matriz
de Surtos 2001. In: Informe NET DTA.
http://www.cve.saude.sp.gov.br
.
FDA/CFSAN
Bad Bug Book, 2002 – Cryptosporidium. In: http://www.fda.gov
BENENSON, AS
(Editor). Control of Communicable Diseases Manual. 15º ed. Washington,
DC: An official report of the American Public Health
Association,1995, p. 121-124.
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